sexta-feira, 1 de março de 2013

Duas Vezes


 Duas  Vezes
 Olho para todas as coisas
 Duas vezes :
 Uma para me alegrar
 Outra para  entristecer.

 As árvores  têm gargalhadas
 Na coroa das folhas
 E uma grande lágrima
 Na raiz
 O sol ainda é jovem
 No extremo dos raios ,
 Mas esses raios
 Estão cravados na noite.

 O mundo cabe todo
 Entre estas duas capas
 Onde fui amontando
 Todas as coisas que amei
 Duas vezes

 Marin  Sorescu, tadução colectiva ( Mateus , Abril de 1996)  revista , completada  e apresentada por  Egito  Gonçalves

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